Blog do Yso Amsler: novembro 2010

@migos,
O Yso pediu que eu resumisse essa viagem ao Peru, de julho de 2010. Resumir, eu diria, taí o meu perfil. Em poucas palavras, aí vai a receita do projeto: acompanhar meu companheiro naquilo que ele mais gosta de fazer que é surfar: já era excelente ideia. Ainda por cima levar meus dois filhos, já com gosto de conhecer outros mundos, pra ver um local muito alto que a humanidade não consegue explicar. Vamos somar aí a recepção dos queridos amigos que vivem na capital, dupla de peruana patriota com músico brasileiro da mais fina estampa de Sampa. Resultado: 100% de aproveitamento!

O Peru, bem, o que já conheço do Peru, é um espetáculo, mesmo. Muito, muito diferente do nosso Brasil, não tem Mata Atlântica, a minha preferida, mas tem aquela diferença espetacular possível de perceber pelo roteiro que fizemos: do deserto da costa à selva da montanha. Deu pra enxergar a rica biodiversidade, sem precisar conhecer a parte amazônica.

Em Chicama, a água gelada do mar, surra do vento sem trégua, verde quase nenhum, muito pouco sol de julho, um cair de tarde lindo, lindo. As “olas más largas del mondo”? Uma coisa. Foram muitas fotos daquela série de encher a alma dos surfistas.
Lima, linda cidade, cheia de história, muito frio, frio, tudo seco, seco, mas muito esmero nos jardins. E aquele céu pesado que lhe dá personalidade. E vem o mar gelado que proporciona os frutos daquela deliciosa comida: uau, até hoje, minha preferida. O Peru é consciente disso e investe nessa força.

E vem então a dupla Cusco/Machu Picchu. Uma riqueza sob todos os aspectos. Perto de 3.600 mil de altitude, não temos essa altura nos picos brasileiros; a cabeça só falta explodir, maior pesadelo, pesadelo bom, certo? Alpacas e vicunhas, lindinhas, torço para que não sejam extintas. Ainda por cima viagem de trem pelo vale sagrado dos incas. Amo trem. Deve ser coisa de vida passada. Nosso Brasil se esqueceu de valorizar esse jeito de transportar muita gente. Pena.

O vídeo aqui postado é mesmo mais uma coisa de Trajano. São imagens de amadores (nós), feitas com admiração profunda (nossa) pelo que a alma estava presenciando. Não será preciso descrevê-las. Até porque o Trajano tem inteligência emocional e já sabe tudo. Expôs nossos sentimentos com mais esse sensível trabalho de edição. E então fecho com o sumário: beleza de país, melhores esquerdas “pra nunca mais esquecer”, como diz o Yso; luxo de patrimônio da humanidade nas montanhas, atenção e calor dos laços de amizade em Lima.
Vejam só que lindo!
Beth