sexta-feira, 19 de março de 2010

Notícias prancha amsler 19-mar-2010: RICARDO FONTES DE SOUZA - RICO

@migos,

Dando continuidade ao pedido de meu companheiro de pódios John Wolthers, que escreve um livro sobre o início do surf no Brasil, este post é sobre o meu amigo Ricardo Fontes de Souza, o famoso Rico - em minha percepção, o legítimo representante do surf Brasileiro.

Rico & Yso na Macumba - Março de 2007 - foto: Olivia Amsler
Acompanho, dentro e fora d’água, a trajetória do Rico, desde os fins dos anos 60, tanto no Arpoador quanto em Saquarema.

No início dos anos 70, assim como o Rico, eu também vivia do Surf, fazendo pranchas (eu shapeando, meu irmão Sergio encapando e meu primo Fred lixando e polindo as pranchas). Valorizo este fato, porque uma vez, em conversa com o próprio Rico, após um dia de altas ondas no Arpoador, ele mencionou como era legal meu lance de fazer prancha em família, pois ele não tinha este apoio familiar.

Rumo a Saquarema nas Barcas Cantareira - Agosto de 1973 - foto: Yso Amsler
No inverno de 1973 no Brasil, logo após meu regresso do Hawaii, Rico me convidou pra irmos surfar em Saquarema. Foi me buscar na Urca, onde eu morava, com seu fusquinha verde, e seguimos pra Saquarema. Ele – que já tinha estado no Hawaii em 1971 e que, além de surfista, também fazia pranchas e shapeava – e eu tínhamos muito a conversar – os picos, as ondas alucinantes, as feras hawaianas, as fábricas de pranchas e os grandes shapers da temporada. A conversa era tanta que a viagem, que na época incluía horas de espera para travessia de barcas, passou sem percebermos.

Yso Amsler em Saquarema - Agosto de 1973 - foto: Rico
Em abril de 1975, Rico e eu éramos os únicos brasileiros ainda vivendo no Hawaii após a temporada do inverno. Em um domingo logo após uma seção de ondas em Sunset, Rico veio me procurar em Back Yards, onde eu morava, e me convidou pra assistir a um concerto do Eric Clapton, em Honolulu. Eu pensei com os meus botões, não vou de jeito algum, vai ser uma roubada para mim. Desconversei e fui cuidar do meu almoço.

Pra minha grande surpresa, na hora marcada o Rico apareceu na minha casa. Lembro que eu estava lavando a louça do almoço, de costas falei brincando em inglês, no way Jose, me no go! E aí levei o maior uuu! eram cinco gatíssimas hawaianas acompanhando o cara e me vaiando. Virei e olhei, não acreditando no que via, me belisquei e doeu, pois estava acordado - na mesma hora falei me go. Um carro novinho e na mala um ice chest cheio de Heinekens geladas.

Rico na frente abraçado a duas delas e eu atrás abraçado às outras três. No caminho para o south shore, paramos na plantação de abacaxi; cervejas, beijos e abraços.... Cheguei a falar pro Rico, vamos ficar por aqui mesmo, porém fui voto vencido. O show do Eric Clapton foi alucinante.

Rico no Pier de Ipanema durante o campeonato em 1972 - foto: Nando Moura
Ao longo de tantos anos, somente uma vez tive a oportunidade de competir na mesma bateria que o Rico. Foi em 2004, no Legends, um campeonato fantástico que acontecia em Maresias em SP. Eu não fui para as finais onde o Rico venceu, em uma final disputadíssima com o Mudinho.

Rico no Pier de Ipanema durante o campeonato em 1972 - foto: Nando Moura
Eu sempre o encontro surfando na Macumba. Dia destes, ele, de SUP, remou ao meu lado, sentou e disse “Yso, com é bonita essa sua prancha!”. Como resposta, comentei que bonito foi ter assistido, no dia anterior, ele todo atencioso com o filho mais novo, juntos surfando na Macumba.

Rico no Pier de Ipanema durante o campeonato em 1972 - foto: Nando Moura
Além de eu gostar muito de conversar com o Rico, tenho uma grande admiração por ele, porque é empreendedor, empresário, fabricante de pranchas, shaper e, principalmente, antes de tudo isso, nada mais que um apaixonado surfista.

Aloha Rico.
Yso Amsler

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